"Os gatos brancos, descoloridos,
passeiam pela tinturaria,
miram polícromos vestidos.
Com soberana melancolia,
brota nos seus olhos erguidoso arco-íris,
resumo do dia,
ressuscitando dos seus olvidos,
onde apagado cada um jazia,
abstratos lumes sucumbidos.
No vasto chão da tinturaria,
xadrez sem fim,
por onde os ruídos
atropelam a geometria,
os grandes gatos abrem compridos
bocejos, na dispersão vaziada
voz feita para gemidos.
E assim proclamam a monarquiada
renúncia, e, tranqüilos vencidos,
dormem seu tempo de agonia.
Olham ainda para os vestidos,
mas baixam a pálpebra fria."
passeiam pela tinturaria,
miram polícromos vestidos.
Com soberana melancolia,
brota nos seus olhos erguidoso arco-íris,
resumo do dia,
ressuscitando dos seus olvidos,
onde apagado cada um jazia,
abstratos lumes sucumbidos.
No vasto chão da tinturaria,
xadrez sem fim,
por onde os ruídos
atropelam a geometria,
os grandes gatos abrem compridos
bocejos, na dispersão vaziada
voz feita para gemidos.
E assim proclamam a monarquiada
renúncia, e, tranqüilos vencidos,
dormem seu tempo de agonia.
Olham ainda para os vestidos,
mas baixam a pálpebra fria."
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